Dia Internacional da Mulher

No dia 08 de março, para além de comemorarmos o Dia Internacional da Mulher, precisamos refletir sobre o seu papel em nossa sociedade, para entendermos a importância dessa data. Pois, apesar das lutas e conquistas que aconteceram ao longo da história, todas as mulheres ainda enfrentam desafios coletivos e individuais para alcançar seus direitos, autonomia, segurança e respeito. É assustador o número de mulheres que ainda se sentem coagidas por seus companheiros, desrespeitas em seus locais de trabalho ou ainda exploradas por suas famílias.

É evidente que muito ainda precisa ser feito para que, de fato, essa seja uma data de celebração plena. As mulheres ainda não ocuparam uma situação de igualdade social com os homens e os espaços para refletirmos sobre esses contextos ainda são necessários e importantes. Lembrando que a nossa sociedade é marcada por muitas divisões sociais, que influenciam os direitos das mulheres, como por exemplo:  educação, classe social e cor da pele. Então, não se trata apenas de definir direitos e deveres para as mulheres como um todo, é preciso ter um olhar crítico sobre os contextos em que essas mulheres se encontram, pois, as necessidades são diferentes e o acesso às informações, ajuda e apoio, também diferem.

Historicamente, as mulheres ocupam um lugar de cuidar em nossa sociedade e muitas vezes elas são colocadas em situações de risco, pois cabe a mulher essa responsabilidade.  Por exemplo, nessa pandemia de COVID-19, foi possível verificar que toda a responsabilidade e demanda feminina tornaram-se ainda mais intensificadas, quando foi necessário agrupar as responsabilidades de trabalho, casa, família e em muitos casos, a educação dos filhos.  Além do aumento na jornada de trabalho, para muitas mulheres esse padrão de cuidado ainda vem acompanhado pelo aumento da violência doméstica, sendo “aceito” como natural.

Mas, mudanças estão sendo observadas e conquistadas.  Espaços que, até pouco tempo atrás, podiam ser exclusivamente masculinos hoje são ocupados com excelência pelas mulheres. E trago boas novas a todos: esse é um caminho sem volta. E digo a todos, pois isso também é importante para todos os homens, uma vez que não há enriquecimento tão grande quanto à maior diversidade nos espaços de trabalho, na vida social e familiar.

Neste dia tão importante, nosso Papo de Boto – podcast do Projeto Boto-Cinza – traz uma homenagem às mulheres que, como tantas outras, ocupam espaços que historicamente são masculinos, levando a eles além da sabedoria, a sensibilidade feminina.

Por isso, convidamos mulheres tão importantes da nossa região para esse programa, como uma integrante do Grupo de Mulheres da Enseada da Baleia, para nos contar sobre a gestão feminina comunitária que elas realizam das atividades econômicas da comunidade, em especial a pesca e o artesanato; além de uma das mulheres do grupo de produtoras de cataia da Barra do Ararapira-PR, divisa com nosso estado de São Paulo, nos contando sobre o pioneiro trabalho realizado por elas de produção de uma das bebidas mais simbólicas da região do Lagamar.

Além disso, contamos com o relato de uma jornalista esportiva que fala dos desafios de ser uma das primeiras mulheres a cobrir o futebol no país, e também temos o depoimento de uma das pesquisadoras mais renomadas, experientes e pioneiras no país dos estudos de baleias e golfinhos.

Mulheres inspiradoras para todos nós do Projeto Boto-Cinza, um projeto realizado em sua maioria pelas mãos de mulheres, que estão ocupando espaços de trabalho e respeito, buscando trazer diferentes olhares, experiências e sensibilidade para nossas ações.  Estamos todas juntas avançando cada vez mais em busca de maiores oportunidades e igualdade para tornar nossa sociedade mais justa.

Nosso Papo de Boto está disponível em todas as plataformas de áudio e também aqui no nosso site.

O Projeto Boto-Cinza é uma iniciativa do IPeC e conta com patrocínio da Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental