O Projeto Boto-Cinza é uma iniciativa do IPeC que visa o conhecimento e a conservação desta espécie, bem como do seu habitat. As atividades tiveram início na década de 80 na região de Cananéia, litoral sul do Estado de São Paulo. Ao longo deste período foram desenvolvidos inúmeros trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado e teses de doutorado com o apoio do Instituto de Pesquisas Cananéia e parcerias com diferentes instituições de ensino e pesquisa do Brasil e do exterior. Além da pesquisa científica, a equipe do projeto promove atividades de educação, conscientização ambiental e valorização da cultura local, o que confirma seu papel como importante colaboradora na busca de soluções para os problemas socioambientais da região. O projeto participa de redes gestoras das áreas ambiental, turística e cultural e os resultados dos estudos desenvolvidos são disponibilizados, passando a ser incorporados em pautas de discussões da agenda local.

 
 
 




 
 

O Projeto Boto-cinza trabalha para a conservação da espécie Sotalia guianensis (boto-cinza) e dos ecossistemas e recursos naturais de seu habitat através das seguintes ações:

 

Pesquisa e Conservação

Busca de conhecimento técnico-científico sobre o boto-cinza em favor da conservação da espécie. Estão entre as linhas de pesquisa o monitoramento da dinâmica populacional dos botos-cinza do estuário de Cananéia, estudos dos impactos antrópicos sobre comportamento acústico e ecologia comportamental e as interações com o turismo náutico. [Clique aqui para conhecer nossas linhas de pesquisa]

 
 

Políticas Públicas

Atuação em conjunto com órgãos de gestão ambiental, comunidade local e entidades da sociedade civil objetivando a adoção de práticas eficientes de gestão e conservação dos recursos naturais, embasadas no conhecimento científico adquirido.

 

Educação Ambiental

Atividades educativas para alunos da rede de ensino e capacitação para professores. Além de palestras, cursos de extensão universitária, programas de treinamento e oficinas, para despertar uma consciência crítica e ecológica no público escolar, universitário e comunidade local em geral.

 

Programa Jovem Pesquisador

O programa desenvolvido pelo IPeC, ganha forças com a atuação dentro do Projeto Boto-Cinza ao aproximar jovens caiçaras a realidade dos pesquisadores. Através de capacitações, oficinas e tutorias, os jovens são orientados e inseridos nas atividades do projeto, se tornando multiplicadores das ações dentro das salas de aulas, com os familiares e a comunidade local.

 
 

Área de Atuação - O Lagamar

Inserido no maior remanescente contínuo de Mata Atlântica brasileiro, o Lagamar faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape, tendo como componentes os Complexos Estuarinos de Iguape e Cananéia (SP) e o Complexo Estuarino de Paranaguá (PR). Faz parte da “Reserva da Biosfera da Mata Atlântica” e é considerado um "Sítio do Patrimônio Natural da Humanidade", ambos decretados pela UNESCO. Recentemente a Área de Proteção Ambiental de Cananéia-Iguape-Peruíbe (APA-CIP), onde está inserido o Lagamar, recebeu o título de "Sítio Ramsar", que promove a conservação das áreas úmidas em escala global.

A região é margeada por manguezais que correspondem a um dos ecossistemas mais complexos, férteis e diversificados do planeta. A área tem importância primordial para espécies típicas desse ambiente e para visitantes temporários como aves, peixes, moluscos e crustáceos que nele encontram condições propícias para sua reprodução, criação de filhotes e abrigo.

 
 
 

Porque o boto-cinza?

O boto-cinza é um golfinho de pequeno porte que habita regiões costeiras e estuarinas ao longo da América do Sul e Central. A oferta de alimento, o abrigo, proteção contra predadores e local seguro para o nascimento e crescimento de seus filhotes, estão entre os fatores que explicam a grande utilização dos estuários por esta espécie. Durante todo o ano, esses animais podem ser observados nos canais estuarinos do Lagamar e também em áreas abertas próximas à costa. Devido a esse hábito costeiro, o boto-cinza sofre constantes ameaças causadas por atividades humanas, tais como captura incidental em redes de pesca, colisão com embarcações, perda de habitat, entre outras. Classificado com o status de conservação “vulnerável” na Lista da Fauna Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção (Portaria MMA n.444 de 17/12/2014), fica evidente a necessidade de ampliar os conhecimentos e fortalecer programas de pesquisa e conservação da espécie no país. Além de garantir a preservação do Lagamar como um todo, a conservação do boto-cinza pode gerar renda às populações locais através do uso não-letal pelo turismo de observação, sendo um importante vetor de desenvolvimento econômico e social sustentável. [Conheça mais sobre o boto-cinza clicando aqui]